O Espírito Santo é Deus

Muitas pessoas concebem o Espírito Santo como uma “força de Deus”, ou como uma “luz divina”, ou, ainda, como uma “consolação divina” que Deus nos concede, apenas. Embora possamos também considerá-lo como essas realidades todas, é necessário termos em conta que o Espírito Santo não é “uma parte” ou “um aspecto” da ação divina. Ele é Deus!
Mesmo não assumindo a nossa natureza humana como Jesus - que se fez carne, um de nós -, o Espírito Santo é Deus mesmo. Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, um com o Pai e o Filho. Procede do amor entre eles, uma só essência, uma só natureza com Eles. Como Pessoa é livre, tem inteligência e vontade. Tudo vê, tudo conhece, está presente em tudo e em todos. Exerce hoje, em mim - em cada criatura, em todos os filhos de Deus -, a missão de santificador, de consolador. É o Senhor da vida! É aquele que, agindo em nosso interior desde o nosso Batismo, nos leva a conhecer Jesus, a amá-Lo, a seguir Seus ensinamentos. Ele nos revela Jesus - Caminho, Verdade e Vida. Ele nos convence de que somos salvos pelo sangue do Cordeiro sem mancha, Jesus Cristo. Deus sem face. A humildade de Deus. Puro Espírito, que escolheu nosso ser para Seu Templo, Sua morada, habitando nosso frágil espírito humano.
No credo niceno-constantinopolitano, rezamos: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; Ele que falou pelos profetas”. Ao professarmos nossa fé na Pessoa do Divino Espírito Santo, a Igreja nos ensina: “Aquele que o Pai enviou aos nossos corações, o Espírito do seu Filho, é realmente Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, Ele é inseparável dos dois, tanto na Vida íntima da Trindade como no seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia seu Verbo, envia sempre seu Sopro: missão conjunta em que o Filho e o Espírito Santo são distintos, mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo que aparece, Ele, a imagem visível do Deus invisível; mas é o Espírito Santo que O revela” (Catec; n.689-690).
E diz mais o Catecismo da Igreja Católica n.253: “As pessoas divinas não dividem entre si a única divindade. Mas cada uma delas é Deus por inteiro:” O Pai é aquilo que é o Filho, O Filho á aquilo que é o Pai, O Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à natureza” (XI Concílio de Toledo, em 675:DS 530).

(Beserra dos Reis, Reinaldo. Celebrando Pentecostes: fundamentação e novena. Editora RCC BRASIL. Porto Alegre-RS)

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