CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 25 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - O Papa Bento XVI sublinhou que os dois pilares do ecumenismo são "o diálogo e a oração em comum", ao receber ontem uma delegação da Igreja Evangélica Luterana alemã.
A delegação está a Roma para a conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que é celebrada anualmente de 18 a 25 de janeiro. O Pontífice afirmou que, desta forma, os representantes alemães demonstram que "todo o nosso anseio pela unidade só poderá colher frutos quando se enraizar na oração em comum".
"Apesar das diferenças teológicas que ainda existem sobre questões, em parte, fundamentais - disse -, tem crescido um ‘juntos' entre nós que, cada vez mais, se torna a base de uma comunhão vivida na fé e na espiritualidade entre luteranos e católicos."
"Tudo o que já se conquistou reforça a nossa fé em continuar o diálogo, porque só assim poderemos permanecer juntos por este caminho que é, em suma, o próprio Jesus Cristo."
O compromisso da Igreja Católica pelo ecumenismo, explicou o Santo Padre, "não é uma mera estratégia de comunicação em um mundo em mudança, mas um grande esforço da Igreja a partir da própria missão".
"Ainda que surjam sempre novas dificuldades, nós olhamos com esperança para o futuro", disse ele, esperando que, "sob a guia do Espírito Santo, o diálogo ecumênico, como uma ferramenta importante na vida da Igreja, sirva para superar esse conflito".
"Isso acontecerá, em primeiro lugar, por meio do diálogo teológico, que deverá contribuir para a compreensão das questões levantadas, que são um obstáculo ao longo da estrada que leva à unidade visível" e por meio da "celebração em comum da Eucaristia como sacramento da unidade entre os cristãos".
"Hoje, o diálogo ecumênico não pode ser dissociado da realidade e da vida de fé em nossas igrejas sem causar-lhes dano", continuou Bento XVI, recordando que, em 2017, serão celebrados os 500 anos desde a publicação das 95 teses de Wittenberg por parte de Martinho Lutero.
"Naquele momento, católicos e luteranos terão a oportunidade de comemorar, no mundo inteiro, uma celebração ecumênica comum; de lutar em todo o mundo pelas questões fundamentais, não como uma forma de comemoração triunfalista, mas como uma profissão comum de nossa fé no Deus uno e trino, na obediência comum ao nosso Senhor e à sua Palavra", explicou.
"Devemos dar destaque à oração em comum e à oração interior, dirigidas ambas ao nosso Senhor Jesus Cristo para o perdão dos erros mútuos e pela culpa relativa às divisões. Desta purificação da consciência faz parte o intercâmbio recíproco de avaliação dos 1500 anos antes da Reforma e que, portanto, são comuns a nós."
Por isso, sublinhou a importância de "implorar, juntos, de maneira constante, a ajuda de Deus e a assistência do Espírito Santo, com o fim de dar mais passos rumo à unidade desejada e não ficarmos parados diante dos resultados já obtidos".
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