No natal do ano passado, lembro-me de ter visto uma reportagem sobre as festividades de fim de ano nos Estados Unidos. A repórter frisou que existe uma corrente que deseja a todo custo desvincular a festa natalina da pessoa de Jesus Cristo. Os capitalistas daquele pais querem apagar o lado religioso e sagrado do Natal para transforma-lo na festa do Papai Noel.
E como estão fazendo isso? A ideia é ir, aos poucos, eliminando qualquer elemento simbólico que lembre o nascimento de Cristo. Segundo eles, Jesus não da lucro, não incentiva o consumo. Assim, as lojas investem pesado no novo garoto-propaganda, que não é tão novo assim: o velho Papai Noel.
Seria somente nos Estados Unidos que isso ocorre? Infelizmente, não.
Anos atrás, visitei uma turma da catequese e perguntei o que comemoramos no Natal. Uma menininha respondeu prontamente: " o nascimento do Papai Noel"! Pode parecer absurdo, conto da carochinha. Se fizermos uma analise global, no entanto, percebemos que a “luta” entre o sagrado e o profano é acirrada.
Em uma rápida visita ao centro comercial de nossa cidades durante o mês de dezembro, podemos constatar que Cristo está enfraquecido diante daquilo em que a festa vem se transformando. A regra é vender: lojas abertas vinte e quatro horas, shoppings abarrotados de gente... E lá esta ele, em todo canto que você olha, tirando fotos com as crianças, distribuindo doces, decorando as vitrines. Inocente e inofensivo. Mas, de tão acostumados com ele, perdemos aos poucos o sentido do Advento.
As crianças esperam o Papai Noel; nós, trocamos a novena de Natal pelas copras de ultima hora. Cristo? Bem ,Cristo é apenas um detalhe nessa historia toda. Lamentavelmente, até nossas celebrações litúrgicas incorporam a simbologia não religiosa. Pode parecer inacreditável, mas eu já participei de uma missa do Galo em que, durante a ação de graças, entrou pela nave central o Papai Noel, ao som de Sapatinho de Natal.
“Vamos boicotar o Papai Noel!” A frase pode parecer titulo de obra de ficção, mas é uma tentativa de resgatar a tradição milenar cristã e focar o sentido naquele que é muito é a única razão do Natal, o verdadeiro aniversariante, Jesus Cristo.
Além disso, o velho Noel não deve se sentir bem no Brasil. Aqui é muito quente para ele. Neve em pleno verão ? Renas? Trenó? O que isso tem a ver conosco? Importamos esses elementos com uma única finalidade: o exagero do consumo.
Boicotaremos o Papai Noel ao resgatar passo a passo a rica simbologia natalina que vem se perdendo, de modo especial o presépio. Comece pela sua casa: deixe o bom velhinho dentro do guarda-roupa; enfeite sua sala com o Menino Deus.
(Pe Jorge Luis Erlin, cmf, Revista Ave Maria)
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