A Alegria do Perdão

Os Fariseus, zelosos pela observância da lei, incomodavam-se pelo fato de Jesus acolher cobradores de impostos e aqueles que a sociedade considerava pecadores. A atitude hipócrita de julgar e condenar era típica dos fariseus daquele tempo. Mas a hipocrisia se esconde instintivamente em todo coração humana. Sem perceber, vemo-nos às vezes julgando e condenando os outros, quem sabe para esconder nossos próprios erros.
As três parábolas da misericórdia contadas por Jesus (Lc 15,1-32) questionam toda atitude hipócrita. Porque por parte das criaturas, no fundo todos somos pecadores, todos aventuramos e nos perdemos às vezes. E isso não é novidade. mas a novidade que Jesus quer mostrar aos fariseus, e a nós, vem da parte de Deus. não importa que as criaturas errem e quanto errem: Deus está sempre à procura daqueles que Ele ama, como um homem no campo, uma mulher em casa, um pai cheio de bondade.
A alegria do reencontro é infinitamente superior aos nossos pecados. E essa alegria, que experimentamos ao nos sentir perdoados e acolhidos, é também a alegria do próprio Deus. Alegria que só pode mesmo contagiar e se irradiar, celebrada como que numa festa.
A parábola dos dois irmãos fala do relacionamento humano. O irmão mais novo, que se aventurou, errou e voltou ao pai, acabou provando alegria e festa. Reencontrou-se com o pai e consigo mesmo. Mas o irmão mais velho, nesta história, é aquele que, apesar de viver com o pai havia tanto tempo, ainda não o conhecia realmente. Ainda não tinha experimentado o perdão de Deus, porque se considerava justo. Apenas obedecia ao pai, em vez de amá-lo na liberdade.
Nosso Deus, bondade infinita, continua nos convidando a cada instante à festa do perdão, para celebrar-mos a reconciliação na própria vida e a reconciliação de todos "estes nossos irmãos". Nós nos entimos pedoados à medida que perdoamos aos outros. Esse será sempre o tamanho da nossa festa.

(O Domingo, Pe. Paulo Bazaglia, ssp)

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